6 de agosto de 2007

histórias de gatos

O Garfield deixou saudades no meu coração.
Apesar de eu ser especialmente apaixonada por cães, reconheço que os gatos são muito especiais. Sentem e expressam-se dum modo único. O Garfield fazia uma careta feia quando eu ralhava com ele. Franzia o sobrolho e ficava mesmo muito sério. Amuado.

Houve outros três gatos que viveram provisoriamente comigo. Ficaram comigo no Porto, durante as intermináveis obras da casa do seu dono, meu amigo. Um preto, um branco e uma malhada. O branco, o Alonso, é o protagonista desta história.

Os gatinhos dormiam comigo. Foi um belo Inverno, visto que, apesar da casa ser gelada, eu tinha um scaldasono na cama. Um dia, do nada, a Fluffy e o Sheba começaram a desprezar o Alonso e a dar-lhe umas bofetadas. O Alonso, grande e gordo, fazia-me ainda mais pena por não se defender. Afastava-se, muito triste. Eu ralhava com os outros dois palermas que depois de chamarem gordo e feio ao Alonso, se lambiam abraçadinhos na cama. E o Alonso passou a dormir na prateleira, ignorando os meus chamamentos de voz fininha.
Um dia ele deixou de se lavar. O seu pêlo perdeu a luz. Dei com ele a observar os outros dois na marmelada e nunca me vou esquecer da expressão na cara dele. Tão, tão triste. Quase a chorar.
Decidi enchê-lo de mimo à força e tentar copiar as lambidelas que os outros dois trocavam, com os meus dedos. No focinho, nos olhos, nas orelhas, vezes e vezes seguidas. Depois atribuí-lhe o lugar privilegiado dentro dos cobertores, comigo.
O Alonso ia para o fundo da cama e ficava aos meus pés. O scaldasono no máximo. Os dois a cozinhar enquanto eu via televisão ou desenhava. Passados uns bons minutos, ele subia até perto da minha barriga. E quando já não aguentava mais o calor, arrastava-se cá para fora cozido, de nariz e orelhas muito vermelhas, a arfar. Eu ria-me tanto que ele acabava por se rir também.


Quando recuperou a auto-estima e voltou a brincar, os outros dois pediram-lhe desculpa. Juntaram-se os três num abraço de família e depois de muitos beijinhos, adormeceram. E eu rezei para que não voltassem a parecer-se tanto com pessoas.

8 comentários:

Marta Figueroa disse...

adoro estas tuas histórias..
fica sempre uma lagrimita a espreitar.. :)

Anónimo disse...

O Alonso é um gato maravilhoso e tão tão meigo...divertimo-nos imenso a jogar as apanhadinhas e às escondidinhas.ADORO. Beijocas godas minha irmã. Nhocas

Unknown disse...

Linda! Como todas as outras.

rutinha disse...

bem, estou sem palavras...[e ansiosa por chegar a casa, a ver se a sra.carteira me deixou uma surpresa tua].

Van Dog disse...

Lindo.

Anónimo disse...

O Alonso é o gato do G?
Se é, nunca poderia imaginar que ele tivesse problemas de auto-estima. Tão senhor do seu nariz! Lindo :)

Natacha, a última pintura ficou qualquer coisa... Sem palavras!

Um beijinho "munto" grande :)

Unknown disse...

Espero que o GARFIELD fique muito feliz por voltar para a sua casa,e para os seus donos. E que eles, apesar de muito focalizados no principezinho, também sejam muito carinhosos com o seu amigo de quatro patas...

Beijinhos da Ana Cristina

Analog Girl disse...

Hey! Descobri-te através da Animania antiga! Fiquei fã!
Tenho andado a ler o teu blog duma ponta à outra. Adorei esta estória...provavelmente a minha preferida.

Vou continuar a frequenter este espacinho, se mo permites, e linkar-te ao meu blog.
Está-se bem aqui!