7 de fevereiro de 2007

toca a campainha...

De manhã, quando toca a campainha, só poder ser uma pessoa. Duas, na verdade. São senhores que me vêm falar num tom que eu odeio, de coisas de um deus com nome e me arrepiam.
Falei com eles duas vezes. Numa delas, ouvi-os e disse que não era religiosa. Mesmo assim tiraram conclusões sobre a minha vida, baseados no que puderam ver da casa por cima do meu ombro e deixaram-me uma revista. Na outra vez acordaram-me, falei pelo inter-comunicador e disse que não estava disponível. Também já conversaram com o Bruno e também lhe deram uma revista.
Agora, sempre que a campainha toca, faço de conta que não tocou. Olho pelo olho-mágico e lá estão eles. Penso: Conseguiram entrar no prédio! Vão-se embora, vão-se embora, vão-se embora...
Tenho medo deles, por ficarem ali colados à porta, sabendo provavelmente que eu estou em casa, escondida e calada, a fingir que não estou. A intenção deles é boa, querem fazer de mim uma pessoa melhor. Mas eu sou péssima. Não acredito no Deus dos homens. E se lhes disser o que penso e no que acredito? Nunca mais me dão revistas...

6 comentários:

Anónimo disse...

Nãoa acreditas em Deus, mas acreditas que a tua cadelinha tenha ido "para o céu"?

nat disse...

Não acredito no Deus dos homens. Não acredito que tenhamos sido feitos à imagem de um Deus, ele sim, na minha opinião, foi criado por nós, à nossa semelhança, para nos sentirmos especiais. Acredito num deus que criou tudo e numa organização que nos transcende. Não me atrevo a dar-lhe nome. Acredito que todos deixamos o nosso corpo quando morremos. Todos. Os bons, os maus e os cães também.

nat. disse...

eu acredito em Deus... mas não acredito em muitas coisas que dizem sobre ele... Acredito em algo maior, algo que as vezes é possivel até sentir...

...

Anónimo disse...

Tenho algumas pessoas na família que acreditam nesse deus com nome.
Curiosamente, são pessoas com as quais choco, especialmente quando insistem em impor-me ideias que eu compreendo, mas não aceito.
Preferem morrer a levar com uma transfusão de sangue. Fazem questão de me julgar em função da roupa que visto, ou do número de bricos que tenho pendurados pelo corpo, ou ainda pela extensão dos desenhos gravados na minha pele. Quanto às revistas, reflectem crenças tão utópicas que chegam a dar-me vontade de rir.
É a minha opinião.

Um beijinho, Natacha

Anónimo disse...

Meu cunhado espantou de vez duas senhoras-cheias-de-boas-intenções dizendo-se "macumbeiro"...
...nunca mais..rsrsrs (imagino-as desviando da casa, atravessando a rua para não passarem perto da casa dele..rsrsrs..sou tão má...)

Unknown disse...

Pois... eu tb não acredito no deus que toda a gente fala, ainda este 13 de Maio me ri da minha avó (tadita), que me disse q já tinha pedido muito à nossa sra. as melhoras da minha filha mais nova q estava mal da barriguita, não tivesse eu ido ao hospital, q logo veria as melhoras!!!
Há um amigo meu que diz: "Eu n tenho nada contra Deus, só não curto os clubes de fans" hehehe